Inelegível, Bolsonaro ataca a Justiça e insiste na tese de “perseguição” política
Após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) torná-lo inelegível até 2030, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou os ministros e disse que “tudo pode acontecer” ao ser perguntado se sente medo de ser preso futuramente.
“Temos algo justo no Brasil? Eu estou há seis meses fora do governo, nem estava no Brasil no 8 de janeiro. Continua a perseguição”, reclamou, de acordo com o Metrópoles.
Na noite desta sexta-feira (30), o ex-chefe do governo brasileiro chegou ao aeroporto de Brasília em um portão de desembarque diferente do comercial. No outro terminal, um grupo de pessoas esperava pelo político do Partido Liberal com um coro de “inelegível”.
“Vira e mexe alguém pergunta se tenho medo de ser preso? Tudo pode acontecer. Não se tem motivo para ninguém ser preso hoje no Brasil. Qualquer um pode ser preso, não se diz o motivo e ponto final. O Ministério Público está ignorando no Brasil”, disse.
Já sobre o mandado de busca e apreensão feito na casa dele, Bolsonaro disse que pode ter sido apenas o primeiro: “Já foi feito uma busca e apreensão na minha casa e pode vir uma segunda. Pode vir uma decisão mais drástica por parte do ministro que conduz o inquérito, que só ele sabe o que acontece. A PF vasculhou minha casa, não vou desconfiar da Polícia Federal… Outra busca e apreensão, a gente fica preocupado por que o que vão querer buscar agora?”.
O ex-presidente também foi questionado sobre o projeto de anistia para assegurar a elegibilidade do ex-chefe do executivo e disse que já está ciente. “Tomei conhecimento, é direito do parlamento fazer isso. Pega um espaço de tempo bastante grande. É justo”, opinou.
Bolsonaro aproveitou para declarar: “Não morri ainda”. Também falou de sua esposa, Michelle Bolsonaro, e disse que ela não tem disposição para se candidatar a nenhum cargo: “Se ela quiser ser candidata é direito dela. Eu tenho conversado com ela, mas ela não tem experiência para enfrentar o dia a dia de uma política bastante violenta, com sistema bastante ativo aqui no Brasil”.
Por 5 votos a 2, o TSE tornou Jair Bolsonaro inelegível durante oito anos, a contar de 2022. A decisão se deu pelos ataques que o político fez ao sistema eleitoral brasileiro em uma reunião com embaixadores, em julho do ano passado. Os ministros entenderam que houve abuso de poder e que ele usou os meios de comunicação de maneira indevida.
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