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Começa a semana em que, provavelmente, saberemos o que é o colapso do sistema de saúde e, infelizmente, começa com a fuga das responsabilidades do governo central do País.

O G1 publica que, pela terceira vez, o Ministério da Saúde muda a data do aviso da empresa White Martins sobre a falta de oxigênio em Manaus. Agora, pasmem, dizem que a comunicação de que não tinham mais gás para atender a rede de saúde teria sido feita no dia 17 de janeiro, três dias depois que os pacientes começaram a morrer sem poder respirar. Antes, as datas eram 8 e, depois, 10.

Bolsonaro, antes de reunir-se com os presidentes da Câmara e do Senado – os únicos que, ao menos para a foto aí de cima, usavam máscaras, além de Paulo Guedes, coisa que o presidente e seus ministros militares fazem questão de não usar – chantageia governadores dizendo que mandou bilhões para os Estados colocando na conta o que são as transferências obrigatórias, constitucionais, que nada têm a ver com emergência.

Depois, segundo Lauro Jardim, seus dois agentes no parlamento, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, prometem que só sairá o auxílio emergencial depois de haver acordo sobre cortes no Orçamento, o que é o mesmo que dizer que não sairá, porque não há nem haverá entendimento amplo se mantida a desvinculação de verbas para a educação e a saúde.

16 estados estão na beira do colapso, sem leitos de tratamento intensivo disponíveis e além da “ponte aérea da Covid”, não há nenhuma ação emergencial prevista. Talvez alguns guardas municipais para organizar a fila de carros de funerárias na porta de hospitais.

Na falta de argumentos, entra na linha do “mais uma que o Jair acertou”, publicando no Twitter o seu vaticínio que suicídios e depressão iam aumentar por conta do lockdown em março passado e exibe como “prova” o título de um artigo do bolsonarísssimo “A Gazeta do Povo”, de Curitiba, que é, na verdade, um apanhado sobre suicídios de jovens nos EUA, supostamente por seu afastamento das escolas. O artigo, aliás, é escrito por uma senhora de extrema-direita, Kerry McDonald, que advoga justamente que as crianças não vão à escola, defendendo o homeschooling e, até, o unschooling.

O país precisa de ações governo, não de discursos fundamentalistas – aliás, palavra errada, porque nada tem fundamento, é só espírito de seita.

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