A Taurus, fabricante de armas, tem sete de seus oito modelos de fuzis aprovados pelo Exército para venda a membros das Forças Armadas e polícias militares, um novo público-alvo para o comércio legal de armas de maior potencial destrutivo.
Isso acontece após decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) restringirem fortemente o acesso de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) a armas de uso restrito, como fuzis e pistolas 9 mm.
No mercado nacional, a Taurus registrou um faturamento de 30% do total global em 2022 com armas e acessórios. A maioria das vendas, cerca de 64%, foi para civis, enquanto 29% foram para membros de instituições, como as Forças Armadas e as polícias militares, que agora representam o público mais atraente para a empresa. As instituições políticas representaram apenas 7% das vendas.
Os sete modelos de fuzis da Taurus que podem ser adquiridos por militares são variações do modelo T4, projetado não para defesa pessoal, mas para ação ofensiva. Um fuzil T4 pode custar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. O Exército das Filipinas é um dos principais clientes da empresa, com sede no Rio Grande do Sul. Com informações do Estadão.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), desde antes de assumir o cargo, tenta promover o T4. Em uma visita a um estande da empresa em 2017, ele chamou a arma de “nosso T4” e enfatizou sua intenção de ampliar o acesso a armas de fogo, incluindo fuzis, para cidadãos comuns.
“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. O povo armado jamais será escravizado. Aí o idiota: ‘ah, tem que comprar feijão’. Se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, disse Bolsonaro a apoiadores em agosto de 2021.
No entanto, investigações posteriores revelaram que algumas dessas armas legalmente adquiridas acabaram nas mãos do crime organizado. O recadastramento de armas exigido pela Polícia Federal em 2023 não recebeu informações sobre 6,1 mil armas de uso restrito, cujo paradeiro é desconhecido.
O Exército, ao definir regras para acervos pessoais de militares e policiais militares, proibiu a compra de armas automáticas e de armas longas semiautomáticas com energia superior a 1.750 joules. As variações do T4, que possuem calibre 5,56 mm x 45 mm, geram 1.748,63 joules.
Apesar de representar uma restrição em relação ao governo Bolsonaro, as novas regras não retomam totalmente as normas anteriores. Até 2018, os militares podiam adquirir até duas armas de uso restrito para uso pessoal, mas fuzis não estavam incluídos.
As recentes portarias do Exército, publicadas em dezembro e janeiro, liberam a posse de até cinco fuzis para membros das Forças Armadas e outras instituições, abrangendo tanto ativos quanto inativos.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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