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Monica Bergamo, na Folha, mostra, afinal, que o nosso Rambo de Toga, Marcelo Bretas, não se interessa apenas por brinquedos brutos como fuzis. Vê-se que o apartamento onde mora – que, segundo a colunista, “já apareceu em uma revista de arquitetura e design de interiores” – tem mimos muito mais delicados.

Honestamente, não acho que – em condições normais de temperatura e pressão – alguém tivesse algo a ver com o apartamento de Bretas & Bretas. Nem sequer é incompatível com o que podem comprar as rendas de um casal de juízes que – mesmo cheios de lamúrias quanto ao que ganham – depois de 20 anos recebendo muito neste país de pobres.

não fico, porém, ao contrário do que fazem ele e sua trupe moralista, acusando-o de ter comprado o imóvel com favores ou querendo saber quem custeou a reforma projetada pela decoradora  Geisa Fraga Hartmann, que o deixou, segundo os diálogos transcritos por Monica, “so beautiful and peaceful”.

Bretas, porém, está provando doses do remédio que costuma aplicar como juiz: a exposição desabrida dos “sinais  exteriores de riqueza” como forma de chocar a opinião pública e fazer do exposto um condenado.

Num lance de sorte, caiu-lhe nas malhas um peixe grande, gordo de riquezas e aspecto asqueroso: Sérgio Cabral. Pronto: estava aí a chance para o que parece ser o projeto de vida de uma alta classe média brasileira: a chance de aparecer, de brilhar nos salões.

A ela, Bretas, seguindo a esteira de Sérgio Moro, agarrou-se com unhas e dentes. Deu entrevistas  louvando a Deus e a si, citou a Bíblia , foi ao cinema de tapete vermelho, elevado à honra de andar ao lado e oferecer pipocas ao seu herói. E, embalado no glamour numa autopromoção que, cuidadosamente, em Curitiba era feita pela mulher do “ídolo”, resolveu ele próprio “acontecer” no Twitter.

Durante meses, foram só glórias, elogios, convites, reverências.

Mas então, naquele fiapo que sempre fica de fora, como ficam os pés na plumagem do pavão, surgiu a história do “auxílio-duplex” para a ele e à mulher, por gulosamente requerido aos colegas, que foram rápidos e prestimosos em atendê-lo.

E então, bastou puxar um pouco, vieram as entranhas do puritano, do moralista, veio o interior faustoso do barril de Diógenes com que se apresentava à procura de homens honestos…

Pronto: Marcelo Bretas vai arder na fogueira de vaidades que, como o mestre Savonarolla, apressou-se em acender como prova de sua falsa honra franciscana.

Como sou neto de de nordestinos, talvez fique mais claro no verso de Geraldo Vandré: “é a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”.

Por Fernando Brito