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Desde o dia 14/01 do show dos desembargadores do TRF 4 em seu julgamento canguru (apud New York Times) foram plenas de grandes momentos do Direito nacional — não necessariamente no bom sentido, aliás, muito pelo contrário.

“Lula foi um dos principais articuladores, senão o principal articulador, do esquema de corrupção da Petrobras”, cravou o relator João Pedro Gebran Neto, dando o tom da coisa, tomando água enquanto lia as 414 páginas de seu voto escritas por um estafeta.

A condenação de Lula a 12 anos e um mês de prisão foi resumida por Victor Luiz dos Santos Laus com um papo furado de taxista: “Quem responde por crime tem que ter participado dele. E para ter participado dele, alguma coisa errada ele fez”

Mas coube ao revisor Leandro Paulsen levantar a bandeira do preconceito de classe disfarçada em senso comum com toques de sandice.

“A absoluta despreocupação da Sra. Marisa Letícia e do Sr. ex-Presidente (…) acerca da diferença de preço a ser suportada para aquisição de um apartamento três vezes superior ao originalmente negociado, em cujo interior estavam sendo realizadas vultosas reformas, somente aponta em um sentido: não era com recursos pertencentes aos réus que o bem estava sendo adquirido”.

Para o doutor Paulsen, portanto, Lula e a mulher não tinham dinheiro para comprar o apartamento. Ora, tá na cara. Como ele sabe disso? Como fica a acusação de que Lula embolsava milhões com palestras para a Odebrecht?

Dona Marisa não podia ter cartão de crédito, segundo Paulsen. Cláudia Cruz, por outro lado, pode torrar a grana de Cunha numa boa em aulas de tênis na Europa porque nasceu para isso.

Como apontou Victor Laus, alguma coisa errada Marisa Letícia fez. Tá na cara.

Por Kiko Nogueira